Peduti

Todo ato médico inclui um risco variável e a cirurgia plástica como parte da medicina, não é exceção. Pode-se minimizar o risco preparando-se convenientemente cada paciente, mas não eliminá-lo completamente. Desde que realizada dentro dos padrões técnicos, por cirurgiões plásticos qualificados, em hospitais equipados e estando o paciente saudável, este risco pode ser bem reduzido.

O QUE É TROMBOSE? ISTO PODE OCORRER NA MINHA CIRURGIA?
A trombose venosa profunda (TVP) é uma doença causada pela formação de um trombo (coágulo sanguíneo) dentro de um vaso (veia), o que pode resultar em bloqueio do sangue, impedindo-o de fluir através deste vaso. Seus principais sintomas são edema e dor.
Nossa principal preocupação é que pode acontecer deste coágulo se desprender e se movimentar na corrente sanguínea, este fenômeno é chamado de embolia. Em uma embolia o coágulo pode ficar preso no cérebro, nos pulmões, no coração ou em outra área, levando a lesões graves e até mesmo a morte.
A trombose ocorre devido a três fatores: alguma anormalidade da coagulação (hipercoagulabilidade), lesão da parede do vaso sanguíneo (trauma, infecção,…) ou quando há uma diminuição da velocidade do fluxo sanguíneo. Como na cirurgia o(a) paciente fica muito tempo em repouso, tanto durante a sua realização, quanto no período de recuperação pós-operatória, o risco de se desenvolver uma trombose esta aumentado quando realizamos cirurgias.

EXISTE ALGUM MÉTODO PREVENTIVO PARA EVITAR QUE EU TENHA TROMBOSE NO PÓS-OPERATÓRIO?
Sim. Existem medidas profiláticas que visam diminuir o risco de se desenvolver esta patologia. Porém é bom esclarecer que todas as medidas apenas diminuem o risco, não sendo possível eliminar totalmente o risco de se desenvolver uma Trombose ou uma Embolia.
Esta prevenção é feita através da utilização de uma tabela de análise dos fatores de risco para o aparecimento de trombose. Para cada fator de risco encontrado, são atribuídos pontos e de acordo com a pontuação final, o risco de se desenvolver trombose é classificado em baixo, médio e alto.
De acordo com o risco de se desenvolver trombose o cirurgião opta por tomar medidas profiláticas, que podem ser divididas em clínicas (uso de bota de pressão intermitente, massagem, deambulação precoce, uso de meias elásticas,…) ou medicamentosas (uso de anticoagulantes).
Porém algumas destas medidas também podem cursar com complicações, como por exemplo o uso de anticoagulantes pode levar a hemorragias, por isso temos que analisar o risco de se desenvolver trombose e o risco de se desenvolver hemorragias para decidir em qual caso devemos tomar quais medidas.
Por este motivo, não existe uma regra a ser usada na prevenção da trombose em todas as pacientes. O cirurgião tem que analisar cada paciente, para decidir qual o melhor método que se aplica.

EU TOMO HORMÔNIOS (ANTICONCEPCIONAL, REPOSIÇÃO HORMONAL) POSSO CONTINUAR USANDO?
É recomendado que se pare o uso destes hormônios, 30 dias antes da realização da cirurgia. Porém seu uso não impede que se realize o procedimento cirúrgico. Os riscos e benefícios da interrupção dos contraceptivos devem ser discutidos com seu cirurgião.
O Anticoncepcional é um dos fatores responsáveis pelo desenvolvimento dos fenômenos tromboembólicos (trombose e embolia) e a suspensão do seu uso diminui significativamente a ocorrência de tais problemas.
Caso a paciente opte em não parar de tomar, tem que saber que estará com risco aumentado de trombose, sendo neste caso, extremamente importante que a relate ao cirurgião que está usando esta medicação.

EU FUMO, ISTO PODE PREJUDICAR A CIRURGIA? QUANTO TEMPO DEVO FICAR SEM FUMAR?
SIM. O cigarro é um dos principais responsáveis pelo aparecimento de complicações cirúrgicas. Acarretando problemas tanto durante a cirurgia, quanto no pós-operatório.
Dentre estas complicações, podemos citar: Pneumonia, trombose, embolia, necrose de pele, deficiência da cicatrização, abertura de pontos. Além destas, inúmeras outras complicações cirúrgicas podem ser causadas pelo fumo.
A suspensão do cigarro, para que diminua significativamente a chance destas complicações deve ser feita com 15 a 30 dias de antecedência. O ideal é que a paciente não fume até o 30º dia de pós-operatório, pois neste período o fumo aumenta bastante a chance de problemas cicatriciais, incluindo quelóides e cicatrizes hipertróficas.
Caso a paciente opte por não parar de fumar, ou por parar por um período inferior ao recomendado é de extrema importância, que ela relate ao cirurgião a verdade, para que possamos tomar alguns outros cuidados com intuito de tentar minimizar o risco ou até mesmo suspendermos a cirurgia.
Mesmo que não pare de fumar pelo tempo recomendado, parar por um tempo menor, ou apenas diminuir a quantidade de cigarros fumados, não elimina, mas diminui o risco de complicações.